sexta-feira, 14 de novembro de 2014

CARTA PARA MINHA FUTURA EU.




QUERIDA FUTURA EU...



Seria um prazer e uma tremenda sorte a minha poder sentar para conversar com uma pessoa como você. Talvez eu pudesse te dizer algumas coisas que aprendi com as pessoas que eu amo, com aqueles que um dia me amaram e com aqueles que nunca nem souberam o que isso significava. Provavelmente as horas passariam depressa e a nossa conversa iria ate a madrugada. Mas, sinto muito, eu não teria coragem de te dar conselhos. Simples mente por não estar pronta para isso.
Quem sabe, pequena grande mulher eu pudesse te mostrar o que sei sobre a saudade, sobre ser forte e ser fraca ao mesmo tempo. Sobre as inconstâncias e os medos que nos cercam. Sobre perdões, romances e magia.
Mas, para ser sincera,às vezes, saber as coisas não nos revela nada. Não nos transporta para os lugares e momentos em que gostaríamos de estar. Saber das coisas não nos ajuda a voltar no tempo e fazer as coisas de outro jeito, e nem sempre nos torna seres humanos melhores. Saber das coisas não traz realmente a resposta que precisamos no momento. Não diminui a dor, não impede ou bloqueia aquelas lágrimas teimosas na hora de dormir. Saber das coisas não nos completa, quando esta condição não nos permite materializar pessoas e nem dar um golpe no tempo.
Talvez eu saiba coisas demais assim como você deve saber,Mas ainda assim, não sei o suficiente. Saber é sempre pequeno. Sempre insuficiente. Então, eu te diria que poderíamos falar de muitas coisas, e que eu poderia te dar conselhos sobre qual tipo de chocolate escolher numa tarde cinzenta e triste, por exemplo.
E cá entre nós, eu posso saber muito mais coisas do que você, mas o melhor você já possui: o sentir. Saber é consequência óbvia e inevitável de quem se arrisca pela vida. Mas, poderoso mesmo é aquele que sente profundamente por todas as coisas do mundo.


E qual livro ou filme você não deve ler quando estiver infinitamente magoada. Ou quais lugares visitar quando estiver procurando alguma paz. Porque estas são as coisas das quais eu sei e sinto confiança nelas. São estes conselhos que eu te daria, certa de que eles não fariam nenhum estrago em sua mente e coração. Certa de que eu não levaria nenhuma culpa se colocasse tudo a perder em sua caminhada. Porque, sobre o amor, sobre a esperança, sobre o tempo e os milagres que ele nos trás, na verdade eu não sei quase nada. Sei que tudo isso existe, e que estas coisas insistem sempre na gente, para que a gente também sempre insista nelas. Está aí um bom conselho para te dar que talvez sirva para teus olhos magoados e sua jornada: insista no amor e acredite nos milagres do tempo.


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Obrigada por ler *-*